quinta-feira, 16 de julho de 2009

de volta a Joburg

Queridos amigos,

Depois de umas revigorantes férias no solarengo Portugal, estamos de volta a Joburg. Tivemos de repartir as nossas férias entre o Alentejo, onde tomámos uns belos banhos de mar e de sol, Santarém onde estreámos a piscina da mãe do João e deliciosos almoços e jantares em Lisboa com a família,onde matámos as saudades da comidinha portuguesa.Infelizmente, o tempo foi curto e voou rápido, como voa sempre que estamos de férias, e não nos foi possível estar com todos os amigos. Esperamos que estejam todos bem e que as vossas férias sejam tão boas como as nossas.

Foi um choque aterrar no gelado inverno de Joanesburgo, onde as temperaturas variam entre os graus negativos de manhã e sobem ao longo dia até aos 13 graus, voltando a descer abruptamente, a partir das 5 da tarde, quando cai a noite.
Choque ainda maior foi não ter água quente em casa porque a nossa caldeira avariou-se com o frio e tivemos infiltrações em várias partes da casa. Passámos os últimos dias a tomar banhos com um alguidar e panelas de água quente.
A Mary ria-se de nós, porque não entende como é que tomar banho “à gato” pode ser um martírio para alguém. Apesar de lhe ter descrito as maravilhas do prazer de tomar um duche quente ou um banho de imersão, a nossa “lady boss” continua a preferir tomar banho com baldes e alguidares mesmo tendo um duche na pequena “cottage” , onde vive no nosso jardim. Foi assim que sempre fez e vai continuar a fazer. Diz que nem sequer pondera a hipótese de se pôr debaixo do duche.

De repente a nossa casa, encheu-se de homens que subiam e desciam as escadas com baldes cheios de água, esfregonas e panos ensopados. No meio de telefonemas para a companhia de seguros e para o proprietário da casa que vive na Tanzânia, baldes espalhados pela sala e pela casa de banho para apanhar a água que pingava dos tectos, canalizadores e electricistas que verficavam se alguma das ligações eléctricas tinha sido afectada, tentávamos encontrar todos os meandros por onde a maldita água se podia ter infiltrado. Finalmente hoje tomámos um demorado duche quente!

O Tiago tem andado excitadíssimo com esta azáfama e fala em português com toda a gente. Ao Justice, a quem chama algo parecido com “sushi”, ensina-lhe as palavras que aprendeu nas férias com os avós e os primos e mostra-lhe os barcos, piratas e o Peter Pan que trouxe de Portugal. Passam as tardes a lutar com espadas de borracha entre os baldes e a confusão instalada na sala.Enquanto eu vou temendo pelo que ainda resta da minha sanidade mental.

Quero agradecer a roupa que alguns de vocês enviaram para a nossa lady Mary e para o Alex, jardineiro, de quem não temos tido novidades. Quando estávamos em Portugal ligou-nos a dizer que ía para o Zimbabué ter com a mulher que está doente. Não sabemos o que tem, apenas que estava com dores de cabeça muito fortes. Nem sequer sabemos quando regressa mas deixou-nos um telefone para onde temos tentado ligar na esperança de saber se está tudo bem com a mulher e a filha. De qualquer forma, as prendas que lhe enviaram estão cá à espera dele e nós também.