sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Get up and dance!


“CAPOEIRA, bi…bi..…birimbau…...bi—bi-birimbau…. CAPOEIRA …ttccccchhhhh….tttccchhhh, bum, bum,mmmmm…”

“Fell the music, feel the rhythm, move your body. Imagine you are touching the sky, use your arms and your hands. Try to grab the stars in the sky.”

Oiço a voz suave da professora. Fecho os olhos e começo a vaguear pela sala, sem orientação, sem pensar. Movo o corpo, as pernas os braços, serpenteio-me, mexo músculos que nem sequer sabia que existiam. Sinto a música a entrar no corpo e na mente. Estou completamente entregue ao espaço. Sinto-me bem. Não penso em nada. É como se tivesse 10 anos, e estivesse em casa a dançar sozinha com os headphones na cabeça e a girar o corpo e a cabeça ao ritmo da música.

Abro os olhos e vejo as minhas colegas da aula de dança. Umas têm a minha idade, outras são um bocadinho mais velhas. Outras estão na casa dos 50, 60, 70 e duas têm 80 anos. As de 80 parecem ter 60. Estou impressionada com aqueles corpos e aquela resistência surpreendente!

Lá vão elas a saltar, agarram as estrelas, esticam os braços no ar ao som do birimbau e do ritmo brasileiro. Observando-as atentamente, seria capaz de jurar que não existem quaisquer sinais ou suspeitas de artroses ou osteoporose nos corpos destas mulheres. É mesmo incrível!

Aguentam a aula até ao fim e até fazem a penosa sessão de abdominais. Sinto-me velha. Quem me dera ter esta resistência! As minhas colegas da aula de dança não são dondocas. São professoras na universidade da terceira idade. A Liz tem 80 anos, é escritora e professora de literatura inglesa. Diz-me que antes da aula de dança, fez uma sessão de Tai-chi. Meu Deus sinto-me um caco humano!

Acreditem que a mulher é impressionante. Tem uma cara muito bonita e uma pele invejável, especialmente para quem já tem 80 anos!

A amiga que vem com ela é professora de expressão artística na universidade. Parece uma estrela de Hollywood. Tem uma franja e o cabelo pintado de louro platinado. Os olhos azuis brilhantes impecavelmente pintados saltam à vista. Os lábios pintados de baton vermelho. Quando lhe digo que sou portuguesa, diz-me que adora Lisboa e que organiza viagens com os seus alunos da universidade da terceira idade às principais capitais europeias para conhecerem museus, galerias e a arte europeia. “O ano passado fomos ao Egipto e este ano fomos a Amesterdão ao Museu van Gogh e ao Rijksmuseum conhecer a arte flamenga. Eles gostaram muito!” – diz-me a sorrir.

Elas são tão incríveis, que não dá para acreditar que sejam reais. Não têm sequer ideia da admiração e inveja que eu, a professora de dança e as outras alunas sentimos. Todas nós queremos um dia ser como elas. Envelhecer assim é um prazer!
Ai se elas soubessem como as invejamos! Se um dia eu conseguir chegar aos 80 anos quero ser assim!

Quem me conhece há muito tempo, sabe que adoro cantar, pular e dançar. Alguns amigos de infância lembram-se bem dos shows de dança absolutamente intragáveis que tinham de aguentar nas festas de natal e de fim de ano em casa dos meus pais.

Desculpem Mãe e Pai! Pobres coitados tinham de passar pela vergonha de ter a filha vestida de maillot no meio da sala, com um tijolo a tocar uma música gravada da rádio aos altos berros. Aparecia aos saltos, descalça, com sapatilhas ou sapatos de saltos altos da minha mãe, a cara cheia de blush e os olhos com sombras brilhantes da caixa de maquilhagem da mãe.

A coreografia era da minha autoria. Assim, já podem imaginar o cenário decadente e ridículo! Não querendo estimular demasiado esta loucura absolutamente pindérica da filha, mas cedendo às minhas exigências, a minha mãe lá me inscreveu em aulas de ballet e mais uma vez teve de aguentar os meus saraus e espectáculos.

Depois os anos foram passando e a dança foi ficando pelo caminho. Acabei por optar pelo ténis. Pelo menos não fazia figuras tão tristes. Ainda andei uns tempos na dança jazz e tornei-me uma fã incondicional dos musicais da Broadway.

Já sei que muitos dos meus amigos acham os musicais pirosos, mas eu adoro e durante o ano que vivi em Nova Iorque só não aproveitei tudo o que a Broadway tinha para oferecer, porque o dinheiro da minha bolsa de estudo ia quase todo para a renda da casa.

Como vos disse na última crónica, dedicada especialmente aos meus amigos desempregados, uma das coisas mais fantásticas de recomeçar a vida noutro local ou de um momento para o outro ficar sem nada para fazer, é ter a oportunidade de experimentar coisas novas porque há tempo e disponibilidade para poder fazer aquilo que nos apetece, ou melhor, quase tudo aquilo que nos apetece, mesmo se for algo que pareça absurdo. Não temos de dar explicações a ninguém e ninguém nos conhece.


A dança NIA foi uma das coisas que apareceu assim, caída do céu, sem mais nem menos. Alguns meses depois de aqui chegar deparei-me com um anúncio num café onde costumo ir, que dizia DANCE FOR YOUR LIFE. O anúncio basicamente convidava pessoas de qualquer idade a experimentarem qualquer tipo de dança, mesmo se não estivessem em excelente forma física.

Havia um rol de danças à escolha: tango, salsa e vários tipos de dança de salão, que estão em voga em todo o mundo com os reality-shows. Depois havia algo chamado dança de estilo livre para musicais. “Nem mais!” – pensei eu. Isto parece ser a minha cara. Dificilmente conseguiria convencer o João a ser o meu par numa aula dança de salão, por isso achei que devia experimentar inscrever-me nas aulas de dança em que pudesse ir sozinha.

De certeza, que já vos deve ter acontecido descobrir uma coisa e de repente aparecerem à nossa volta vários sinais que nos indicam o caminho. Lá estava eu na sala de espera de um consultório médico a folhear uma revista, enquanto o Tiago dormia no carrinho.

De repente, fico presa a um artigo escrito por uma realizadora de cinema publicitário sul-africana. Dizia que tinha descoberto a dança aos 40 anos e que a dança tinha mudado a sua vida. Falava de um novo estilo de dança chamado NIA, que tinha chegado à África do Sul. Uma mistura de artes marciais com dança jazz, yoga, dança moderna, tai chi e umas pitadas de outros estilos.

A realizadora vive na Cidade do Cabo e explica que acorda cedo, abre a janela, vê o mar (uma pena que aqui estejamos tão longe do mar) e começa a dançar antes de ir trabalhar.

Descreve uma energia incrível, movimentos suaves que ajudam a postura e a sensação agradável que, por vezes, se vai perdendo com a idade, de nos sentirmos bem dentro do nosso corpo. Fiquei vidrada na descrição extremamente bem escrita e quis saber mais. Procurei informação na internet e descobri um "spot" aqui ao pé de casa onde ensinam esta dança.

Fui experimentar uma aula. Adorei! Não há passos errados, ninguém se sente ridículo, é para todas as idades, é uma explosão de energia com músicas de todo o mundo.

Observo as minhas companheiras da aula de dança. São mulheres maravilhosas que balançam ao som do birimbau. “Mãããeeeeeee, quando for grande quero ser assim!”

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A criatividade da crise


Em especial para os meus amigos desempregados…

Alguns dos jornais ingleses, sul-africanos e americanos criaram uma espécie de secção exclusivamente dedicada à recessão económica mundial. A leitura acaba por tornar-se deprimente e enfadonha com as inúmeras notícias de despedimentos, empresas que fecham, bolsas em estado caótico com descidas abruptas e fotografias de tipos com uma expressão de desespero estampada no jornal, casas que incrivelmente se vendem ao preço de um quilo de laranjas, o contínuo aumento do preço do petróleo, a desvalorização do euro,da libra e do dólar e de todas as moedas com nomes que reconhecemos.

Os temas tornam-se tão repetitivos e monótonos, que a única coisa que me salta à vista, são as histórias em que o ser humano, no meio do caos, parte à aventura em busca de inspiração ou simplesmente decide fazer aquilo que sempre sonhou, mas que nunca teve tempo para fazer. Por vezes, nem sequer teve tempo para descobrir o que seria aquilo que de facto gosta porque, durante anos a fio, esteve demasiado ocupado a preencher o seu tempo a trabalhar para uma empresa, a atingir objectivos e aos fins-de-semana, preso em obrigações e deveres familiares.

Talvez por não ter um emprego nesta fase da minha vida, identifico-me com todas estas pessoas que souberam extrair o melhor que as crises têm: a luta pela sobrevivência, a valorização daquilo que tínhamos e já não temos e, acima de tudo, encontrar e estimular a criatividade que as crises proporcionam.

Qualquer situação de mudança repentina na nossa vida dá-nos a volta à cabeça, obriga-nos a repensar muita coisa. Quando o mundo parece que se vai desabar mesmo debaixo dos nossos pés, e que vamos perder tudo, o ser humano consegue ter esta invejável capacidade de conseguir levantar-se e seguir em frente. Fascinam-me todas estas histórias de heróis aventureiros, que se reencontram e encontram a harmonia no meio do caos.

Não é de estranhar que, grande parte dos cientistas que fazem investigação nos grandes laboratórios americanos sejam provenientes de países pobres, como a Índia ou países de leste, onde os recursos, por vezes, são tão escassos que, a única forma de trabalhar é ser criativo e inventar tudo o que seja possível. No meio deste aparente vazio pode surgir surpreendentemente uma descoberta fantástica!
Porque é que eu adoro o artesanato cubano e africano? Porque acho surpreendente a forma criativa como a partir do lixo se consegue construir uma obra de arte, um objecto decorativo, uma peça prática ou até um brinquedo engraçado.

Tenho alguns amigos que vivem em Portugal e no estrangeiro que de um momento para o outro perderam o emprego. Alguns estão a atravessar momentos difíceis. Uns têm filhos pequenos, casas e carros para pagar, ou têm 50 e tal anos e receiam que ninguém os volte a empregar. Sentem-se perdidos e não vêem uma réstia de esperança na linha do horizonte. É especialmente a eles que dedico esta crónica.

As coisas boas não aparecem se não nos esforçarmos para estar bem e há milhares de coisas que podemos fazer, mesmo quando o mundo à nossa volta parece estar a desabar. Se não fizermos isso, garanto-vos que damos em doidos ou ficamos bem deprimidos! Nesta fase da minha vida, em que apenas tenho o Tiago e o João e tudo aquilo que está disponível à minha volta, identifico-me com as histórias de todos os desempregados que aparecem nos jornais e que conseguiram vencer as adversidades, e aprender a viver sem deadlines e sem uma rotina rígida, encontrando a harmonia , saboreando a vida e a calma (por vezes na vida stressante que a maioria de nós leva, esquecemos que ela existe) e extraindo a criatividade que a crise nos proporciona.

Leio histórias de pessoas que nunca pegaram num livro e que depois de descobrirem a leitura, ficaram viciados. Outros que pela primeira vez na vida, tiveram tempo e paciência para levar o filho a um museu ou ao jardim zoológico e outros que começaram a cozinhar ou decidiram fazer um curso de bricolage, ou de dança , como é o meu caso.

A todos os meus queridos amigos, que estão a passar por esta situação, aproveitem para saborear o tempo livre para pensar naquilo que querem mesmo fazer. Talvez, em breve voltem a trabalhar novamente num ambiente com stress e deadlines e sintam faltam desta pequena pausa que a vida vos proporcionou.

Sei bem que o início é duro, e que apesar de toda a gente nos dizer “Que sorte pá! Agora é que tens uma vida do caraças!” , a verdade é que não nos sentimos assim tão bem, e a vida parece tudo menos estimulante.

Temos saudades da nossa rotina, do nosso emprego, dos nossos colegas, e de ter uma profissão, uma ocupação….E nessa altura, passávamos a vida a queixar-nos! E agora, faz-nos tanta falta!Quantas vezes estou em casa a tratar do Tiago e a arrumar e a desarrumar coisas e penso em como era mais fácil estar a trabalhar num escritório. Mas quando estava a trabalhar na TAP, não era isso que eu sentia.

As preocupações lançam um nevoeiro espesso que nos impede de pensar claramente e de relaxar. Mas depois da fase da desintoxicação de um corpo habituado à adrenalina do trabalho e das obrigações, começamos a conseguir criar uma nova rotina e a cabeça vai ficando cada vez mais leve e livre, com espaço para pensar naquilo que queremos fazer e começamos a saborear o tempo livre.

Aprendemos a apreciar o que temos e vimos, que afinal, não era assim tão pouco ou tão mau como nos parecia no início. Sei que para muitos isto parecerá uma descrição bastante romântica e simplista, mas sei que outros sabem bem daquilo que estou a falar. Quanto ao que eu tenho feito para encontrar essa satisfação e extrair a criatividade da crise, guardo para uma próxima história.

Um beijo a todos com saudades
Madalena

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Parabéns Madiba!



No dia 18 de Julho, a cidade de Joanesburgo entrou em euforia. Nelson Mandela fez 91 anos e os sul-africanos dançaram, cantaram, gritaram e, dedicaram 67 minutos do seu dia, a fazer uma boa acção para celebrar o aniversário de Madiba, o nome carinhoso que lhe chamam e que é também o nome de um famoso chefe do clã Tembu, ao qual Mandela e os seus antepassados pertencem.

Os 67 minutos dedicados a fazer uma boa acção pelo bem da humanidade e do planeta, simbolizaram os 67 anos que Mandela dedicou à luta pela democracia. A iniciativa foi lançada pela Fundação Mandela que espalhou anúncios e posters por todo o país a incentivar toda a gente a comemorar o Dia Mandela, fazendo algo de bom.

Nas favelas e bairros de lata de Joanesburgo foram plantadas 67 árvores. A última foi plantada no bairro do Soweto, onde Nelson Mandela viveu com a ex-mulher Winnie e os seus filhos nos tempos da resistência, e que hoje pode ser visitada pelos turistas.

Por todo o país, milhares de pessoas distribuíram roupa e comida aos mais pobres, leram livros aos cegos, ofereceram cobertores aos sem-abrigo (lembrem-se que aqui é inverno e está muito frio!), plantaram árvores, pintaram escolas e remodelaram casas de crianças orfãs, vítimas do HIV.

Achei que no minímo, também eu teria de prestar uma homenagem ao “grande líder Madiba” e escrever umas linhas sobre este Homem admirável, que se transformou numa das figuras mais respeitadas do mundo e uma referência para todos aqueles que acreditam na democracia.

Há uns tempos, uma amiga minha disse-me que,”Mandela é um daqueles seres humanos, cuja simples existência permite que este país consiga viver em harmonia.” Muito se especula sobre o que acontecerá à África do Sul depois da morte de Mandela.

Hoje, o maior activista do movimento anti-apartheid já não dá entrevistas aos jornalistas e as televisões e agências noticiosas têm casas alugadas em locais estratégicos da cidade para fazerem uma completa cobertura noticiosa no dia da sua morte. Eu sei que parece mórbido, mas este pormenor revela a importância mundial que a figura de Mandela tem. Sinceramente, não faço ideia do que acontecerá a este país na era pós-Mandela. O que sei é que depois de Mandela a África e o mundo mudaram. E hoje dificilmente, conseguimos imaginar um presidente branco a comandar os destinos da África do Sul. Pelo menos, duvido muito que isso possa acontecer nos próximos anos.

Não me recordo de nenhum outro homem que tenha o privilégio de ter pessoas em todo o mundo a cantar-lhe os parabéns. Este ano Aretha Franklin, Steve Wonder, Cyndi Lauper, Morgan Freeman, Alicia Keys e até Carla Bruni cantaram os parabéns a Nelson Mandela. Todos os anos, o dinheiro dos concertos dedicados a Mandela no seu aniversário, reverte a favor das vítimas de HIV, uma das grandes batalhas da Fundação Mandela, num país, onde a sida atinge, segundo os dados do ano passado, 5,2 milhões de pessoas. Barack Obama também não quis deixar de felicitar um dos seus maiores ídolos, enviando uma mensagem que deu a volta ao mundo.

Foi em 1918, no seio da tribo Madiba, na região de Transkei, a sul do país, que Nelson Mandela nasceu. Transkei, a sua terra natal, não podia deixar de vir a representar um importante marco na história da luta contra o apartheid, tendo sido o primeiro dos quatro territórios a proclamar a sua independência em 1976. Apesar de esta nunca ter sido reconhecida internacionalmente. Em 1994, Transkei foi reintegrado na província de Eastern Cape.

O regime do apartheid durou 41 anos. Mandela esteve preso durante 27 anos, depois de ter sido condenado a prisão perpétua por crimes de traição e sabotagem. Grande parte desses anos foram passados na prisão de Robben Island, na Cidade do Cabo.
Foi libertado no dia 11 de Fevereiro de 1990. Tinha então 71 anos e ainda hoje tenho nítida a imagem emocionante de Mandela, com o seu ar sereno e olhos sorridentes a acenar para a multidão que o recebia.

Depois da sua libertação, Nelson Mandela dedicou-se à reconciliação e negociação para alcançar uma democracia multi-racial na África do sul. Recebeu mais de uma centena de prémios de todas as partes do mundo. O mais importante reconhecimento foi a atribuição do Prémio Nobel da Paz em 1993, juntamente com o então presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk, o último presidente da era apartheid.
Em 1991, na primeira conferência nacional que o ANC (Congresso Nacional Africano), celebrou legalmente na África do Sul (a organização tinha sido banida em 1960), Mandela foi eleito presidente do ANC.

Em 1994, foi eleito democraticamente o primeiro Presidente negro da África do Sul. Quando terminou o seu mandato em 1999, criou a fundação Mandela que se dedica a causas como a luta contra sida, no país mais afectado pelo HIV em todo o mundo, o combate à pobreza e a defesa dos direitos das crianças.

Na praça Mary Fitzgerald, uma das mais importantes de Joanesburgo, dezenas de artistas de vários países africanos animaram centenas de pessoas que se reuniram ali para cantar os parabéns ao seu querido Madiba.

Mandela agradeceu. Numa mensagem filmada em sua casa, lembrou a todos os sul-africanos que “está nas nossas mãos criar um mundo melhor para todos os que nele vivem. A nossa luta pela liberdade e justiça foi um esforço colectivo. O Dia Mandela não é diferente.”
Parabéns Madiba!

Bibliografia recomendada
By Mandela
Mandela, Nelson. Nelson Mandela Speaks: Forging a Democratic, Nonracial South Africa. New York: Pathfinder, 1993.

Mandela, Nelson. Long Walk to Freedom. The Autobiography of Nelson Mandela. Boston & New York: Little Brown, 1994.

Mandela, Nelson. The Struggle Is My Life. New York: Revised, Pathfinder, 1986. Originally published as a tribute on his 60th birthday in 1978. Speeches, writings, historical accounts, contributions by fellow prisoners.

Outros
Benson, Mary. Nelson Mandela, the Man and the Movement. Harmondsworth: Penguin, 1994. Updated from 1986 edition. Based on interviews by a friend of Mandela since the 1950s.